ATA DA QUARTA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA SPRIMEIRAEGUNDA  SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 1019-0410-199089.

 


Aos dez dezenove dias do mês de abriloutubro de mil novecentos e n oitenta e noveoventa, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua QuadragésimaQuarta  Sexta Sessão Ordinária Solene da Décimada Segunda Sessão  Legislativura Ordinária da Décima Legislatura, destinada a entregaconcessão do TTítulo Honorífico de Cidadãoo de Porto Alegre Eméritao Cel.  Dastro de Moraes Dutra, concedido através da Lei 6526, de vinte e seis de dezembro de mil novecentos e oitenta e nove. o ao engenheiro Fúlvio Celso Petracco, concedido através do Projeto de Resolução n 35/85 (Proc. Nº 2604/89). Às dezessete horas e vinte e  trinta  e quatro sete minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e  solicitou convidou aaos Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: : Clóvis BrumValdir Fraga,, Segundo Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Prof. Olívio Dutra, Prefeito Municipal; Dr. Justino Vasconcellos, ex-Presidente da OAB/RS, representando esta entidade; Dr. Ivo Guizzardi, Diretor do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre; Cel. Dastro de Moraes Dutra, Homenageado; Sra.ª Thélia Vieira Dutra, Esposa do hHomenageado; Ver. Ervino Besson, Secretário “ad hoc”. Após, o Sr. Presidente pronunciou-se acerca do evento e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. João Dib, em nome da Bancada do PDS, PL e PFL, dizendo já há trinta anos conhecer o trabalho do Homenageado em prol da comunidade Porto-alegrense, na Cidade de Deus, no DMLU e no Presídio, destacou conhecer somente agora o trabalho artístico de S. Sª, o que revela a sua sensibilidade com o ser humano e como cidadão. O Ver. Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, manifestou sua satisfação por integrar-se na homenagem que a Casa presta ao Cel. Castro de Moraes Dutra, citando dados biográficos do homenageado, desde suas origens, seu trabalho profissional, junto a Brigada Militar e ao DMLU, e seu trabalho artístico, como poeta. E o Ver. Ervino Bessonn, autor da proposição em nome da Bancada do PDT, PT, PCB e PSB, dizendo falar também em nome da Associação do 4º Distrito e da Zona Norte, enaltecendo a capacidade profissional do Homenageado, na Brigada Militar e em órgãos da administração pública, bem como o seu trabalho junto à comunidade da Cidade de Deus em prol do nosso Município. Em continuidade o Sr. Presidente leu o Diploma referente ao Título Honorifico de Cidadão de Porto Alegre e convidou o Sr. Prefeito Olívio Dutra e os netos do Homenageado a procederam à entrega, respectivamente, do Diploma e da Medalha alusiva ao Título hoje entregue ao Cel. Dastro de Moraes Dutra. Após, concedeu a palavra ao Ver. Vicente Dutra que, em nome da família do Homenageado, declaroustacou a justeza da presente Sessão, pelo reconhecimento da vida pública do Cel. Dastro de Moraes Dutra., Ddizendo-se orgulhoso de integrar a família de S. Sª. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Às dezoito horas e vinte e nove minutos, o Sr. Presidente convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos, convocando os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária a ser realizada amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Valdir Fraga e secretariados pelo Ver. Ervino Besson, Secretário “ad hoc”,. Do que eu, Ervino Besson, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 

, no exercício da Presidência dos trabalhos; Engenheiro Fúlvio Celso Petracco, homenageado; Dr. Tarso Genro, Vice Prefeito de Porto Alegre; Deputado Estadual Jauri de Oliveira, Líder da Bancada do PSB na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; Ver. Omar Ferri, Líder da Bancada do PSB, neste Legislativo Municipal e, na ocasião Secretário “ad hoc”; e Srs. Teresinha Petracco Grandene, irmã do Homenageado e representado os demais familiares. A seguir o Sr. Presidente manifestou-se sobre a homenagem que este Legislativo prestava e concedeu a palavra aos oradores que falariam em nome da Casa. O Ver. Leão de Medeiros, em nome da Bancada do PDS, ressaltou qualidades do homenageado, especialmente no âmbito político, profissional e pessoal. E, relatando aspecto da vida do Sr. Fúlvio Petracco, prestou suas homenagens ao mesmo. O Ver. Flávio Koutzii, em nome da Bancada do PT, manifestou sua satisfação em encontrar o homenageado, relembrando passagens de lutas empreendidas na militância política em prol das classes populares. O Ver. Omar Ferri, em nome da Bancada do PSB, do PCB, em nome do PC do B, registrou a presença de militantes do Partido Socialista Brasileiro no Plenário, em solidariedade à homenagem que é prestada por esta Casa ao Sr. Fúlvio Celso Petracco, destacando luta que há muito S. Sª  tem ensinado aos seus Partidários. Esclareceu circunstâncias que levaram S. Exª a ingressar no PSB. E, saudando o Ver. Elói Guimarães pela iniciativa da proposição, parabenizou-se com o Sr. Fúlvio Petracco. E o Ver. Elói Guimarães na condição de autor da Homenagem e em nome da Bancada do PDT, dói PTB, do PL e do PMDB, referindo princípios que presidem a outorga do Título Honorífico, ressaltando que a presente homenagem é concedida em reconhecimento ao trabalho, ao talento, à pessoa do Sr. Fúlvio Petracco, de quem destacou qualificações. Relembrou episódio protagonizado pelo homenageado quando do Movimento de Legalidade, e do Golpe de Mil Novecentos e Sessenta e Quatro, a postura política de S. Sª em campanhas eleitorais. E augurou que o Homenageado ainda muito contribuía na busca de uma sociedade mais justa. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Dr. Tarso Genro, Vice-Prefeito Municipal, que em nome do Executivo Municipal, prestou homenagem ao Sr. Fúlvio Celso Petracco. Ainda o Sr. Presidente procedeu a leitura do Texto do Título de Cidadão e concedeu a palavra ao Deputado Estadual Jauri de Oliveira, que prestou testemunho sobre a personalidade do Homenageado como dirigente partidário. Em ato contínuo, o Sr. Presidente convidou o Ver. Elói Guimarães para proceder a entrega do Título Honorifico de Cidadão Emérito ao Engenheiro Fúlvio Celso Petracco, bem como aos presentes para que, em p, assistissem essa formalidade. Após, concedeu a palavra ao Homenageado, que formulou agradecimentos a todos que conviveram com S. Sª nos campos estudantis, profissional e político. E destacou a atuação política desta Câmara Municipal, expressando sua gratidão pela outorga do Título de Cidadão Emérito. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e levantou os trabalhos às dezoito horas e cinqüenta minutos, convocando os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Clóvis Brum, e secretariados pelo Ver.Omar Ferri, como Secretário “ad hoc”. Do que eu Omar Ferri, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente  Ata que, lida e aprovada será assina pelo Sr. Presidente e pelo 1º Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clóvis BrumValdir Fraga): Esta Casa resgata, hoje, uma antiga dívida com alguém que se incorporou, de modo definitivo, à história desta Cidade, pela sua inconfundível pertinácia, disposição de trabalho e desejo de vencer.

Refiro-me, Ssenhores e Ssenhoras, aà figura muito especial de Dastro de Moraes Dutra, pai do nosso estimado colega e amigo Ver. Vicente Dutra, que, em tão boa hora, teve o seu nome ilustradolembrado para ilustrar a Galeria de hHonra dos Cidadãos de Porto Alegre, por uma feliz iniciativa do Ver. Ervino Besson.

É do conhecimento de todos a valiosa contribuição oferecida pelo Cel Dastro de Moraes Dutra a nossa Capital, ao longo de sua vida, desde a Brigada Militar, Iinstituição na qual ingressou ainda bastante jovem, até o antigo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, onde desempenhou relevantes tarefas com invulgar zelo aà causa pública.

Removeu, com denodo, todos os obstáculos em sua caminhada, nunca se desligando da sociedade a que serviu. Nada miais justo, portanto, que se conferir a esse gaúcho de Julio de Castilhos a honraria máxima que Porto Alegre oferece aos seus Ccidadãos mais ilustres.

Com a palavra o Ver. João Dib, que falará em nome da sua Bancada, o PDS, do PL e dom PFL.

 

O SR. JOÃO DIB: Meus Ssenhores, minhas Ssenhoras, amigos de Dastro de Moraes. A vida nos traça caminhos e descaminhos que nós devemos percorrer como vencedores, ou então seremos levados como vencidos. E nos caminhos e descaminhos desta vida, por certo, há 30 anos atrás, quando conheci a figura do Cidadão mais novo de Porto Alegre., Dastro de Moraes Dutra, por certo eu não pensava nem ele pensava que hoje nós estaríamos reunidos, aqui, com seus amigos, seus filhos, seus netos. Ele recebendo esta homenagem da Cidade de Porto Alegre, e eu saudando em nome do meu Partido, o PDS, do PFL e do PL,. éÉ a vida que nos faz assim.

Há 30 anos, quando ele era Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Pública, na Administração brilhante do Prefeito, inesquecível para mim, o melhor dos Prefeitos que esta Cidade já teve, José Loureiro da Silva, eu conhecei aquela figura simpática, singela, humana, boa e que se dedicava a esta Cidade, aos seus serviços, procurando dar o melhor de si, como fez durante toda a sua vida. O menino que havia chegado de Julio de Castilhos e que vinha para esta Cidade como tantos outros tantos outros chegaram. Chegou a esta Cidade, se aclimatou, se adaptou, casou, 9 filhos, 17 netos, que lhe dão alegria permanente e fazem com que ele seja feliz. E ele tem entre esses nove filhos um filho nesta Casa, que é o nosso querido Ver. Vicente Dutra, Vice-Líder do PDS. O nosso homenageado, Sr. Cidadão Dastro de Moraes Dutra, claro que uma homenagem feita pela unanimidade dos Vereadores desta Casa não seria apenas porque tem um filho Vereador, claro que o seu trabalho no passado, a sua dedicação à Cidade, a criação da Cidade de Deus, onde tantos trabalhos foram desenvolvidos em prol de um a sociedade atuante e progredindo, o DMLP, na época, o seu trabalho nos presídios, onde os presidiários aprenderam a respeitar o homem e não o coronel, o cidadão, hoje, recebendo o título de Cidadão de Porto Alegre. Isto é extremamente importante. Aquele homem que não perdeu em anda a sua simplicidade, o seu carinho pelo semelhante e que foi servindo, sempre que pode, aà sua Cidade. Mas eu disse que a vida tem caminhos e descaminhos. Trinta anos depois de conhecer o Cidadão Dastro de Moraes Dutra, fiquei sabendo que é poeta e poeta é compreender os sentimentos alheios, é sofrer pelos outros, é amar e viver para os outros, e Dastro de Moraes Dutra fez isto e vai continuar fazendo, porque agora a Cidade de Porto Alegre lhe diz que é um cidadão seu e que tem obrigação de continuar amando, servindo e vivendo pelos outros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB.

 

O SR.  LUIZ BRAZ: É com satisfação que ocupo esta tribuna, em nome do PTB, para ser parte integrante e atuante da homenagem que esta Casa e seus representantes, prestam ao Cel. Dastro de Moraes Dutra, com o título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre.

Filho de Vicente de Paula Dutra e Tarcila de Moraes Dutra, o Cel. Dastro nasceu no dia 28 de julho, na Cidade de Julio de Castilhos. Desde muito cedo, antes mesmo de completar os seus 16 anos, o jovem Dastro, ingressou nos quadros da Brigada Militar do Estado como recruta. Em 08 de março de 1931, o soldado Dastro foi designado para servir o Regimento Presidencial, hoje, Regimento Bento Gonçalves.

Na Brigada Militar, o soldado Dastro percorreu uma carreira notável, chegando ao mais alto posto da corporação: Coronel. Contudo, ao longo de sua carreira, não encontrou facilidades. O caminho árduo, teve seus obstáculos removidos, um a um, e prevaleceu a sua inconfundível pertinácia, disposição de trabalho e desejo de vencer.

Ao completar 16 anos, o então solado Dastro é aprovado no curso de formação de sargento. Em 1932, com eclosão da Revolução Constitucionalista de São Paulo., Dastro, já como sargento instrutor do 21º Corpo aAuxiliar, embarcava para São Paulo através de determinações do governo. Na Capital Paulista, apesar da idade, o sargento Dastro conheceu o seu batismo de fogo, praticando inúmeros combates. Assinado o armistício, em setembro daquele ano, apresentou-se no Quartel General, em Porto Alegre.

Em 1937 foi promovido a 2º Sargento pela atuação saliente que teve nos combates, com o 2º Grupo do Batalhão de Caçadores,  que estivera à disposição do Governo Federal, bem como por sua liderança durante aqueles acontecimentos. E,m 1940, após prestar exame de seleção dao Curso de Formações de Oficiais da Brigada Militar, classificou-se em  2º lugar. Em 1943, após aguardargraduar-se numa turma de 23 novos aspirantes, foi dedicadoindicado como orador da solenidade de formatura.

Agraciados com  uma seqüência de louvores – por parte de seus superiores – a partir de 1947, o oficial Dastro de Moraes Dutra foi elogiado por suasão quando do motim na Casa de Correição, cuja a guarda comandava na condição de 2º Tenente.

Destacando por sua dedicação e por seus valiosos serviços, agregava oaquele reconhecimentoo aos elogios que lhes foram prestados pelo Chefe de Polícia, Dr. Roque Aita Junior, em cuja administração exerceu as funções de cChefe do sServiço de Transportes. Sucessivamente exerceu a Chefia da Fiscalização da Comissão de Abastecimento e Preços entre 1954 e 1957, quando retornou à sua unidade, portanto um novo louvor, que o mencionava como “Oficial Hhonrado e capaz de desempenhar seus encargos com  zelo e competência”.

Sucessivamente outros elogios lhe foram dirigidos, por suas funções como auxiliar de oficial regimental de Educação Física, professor e Iinstrutor do Curso de fFormação de Cabos dos Batalhões de cCaçadores. Em 1954, foi agraciado pelo Presidente da República com a medalha de Guerra.

Em 02 de janeiro de 1960, o Cel. Dastro de Moraes Dutra incorporou-se definitivamente, aà história desta Cidade, assumindo como Diretor da antiga Divisão de Limpeza Pública, hoje DMLU, permanecendo por dois anos e meio. Ali demonstrou toda a salua capacidade administrativa, quando já no primeiro ano, obteve uma economia de Cr$ 27 milhões de cruzeiros, 14 milhões com a coleta de lixo, e outros Cr$ 13 milhões com a supressão dos serviços das fossas móveis.

Sua competência não passou despercebida. Em 1961, seis Deputados capixabas que se encontravam em Porto Alegre apontaram a nossa cCidade como a cidade mais limpa do País. No mesmo ano, a Vereadora Israelense Lyli Menahen, de Tel Aviv, definiu Porto Alegre como a cidade mais limpa de quantas ela conhecera na América Latina.

Durante os 30 meses em que esteve à frente da Divisão de Limpeza Pública foi oficialmente elogiado por todos sos Vereadores desta Casa, o que significa o apoio de todas as Bancadas. O Cel. Dastro de Moraes Dutra, que passou para a reserva, a pedido, em 1958, nunca se desligou da sociedade, à qual continua a servir como cidadão. Não é, preciso se ter um conhecimento muito profundo da vida do Cel. Dastro para saber da sua sinceridade, basta conhecer os seus filhos, basta conhecer aqueles que receberam dele educação, aqueles que foram formados pelos genes do Cel. Dastro e de sua esposa, com exemplos, com os conselhos; basta conhecer o nosso amigo, Ver. Vicente Dutra, a quem temos a honra de termos como companheiro aqui nesta Casa, pessoa que se destaca entre os 33 Vereadores, ée não é preciso ter muito conhecimento para logo notar a sensibilidade que tem Vicente, a sensibilidade que teêm os outros filhos do Cel. Dastro para saber que frutos tão bons só podem ter nascido de uma boa árvore. A sensibilidade a que me refeito é uma sensibilidade de poeta, de uma pessoa que é capaz de falar de amor apesar de viver no meio da guerra, de uma pessoa que tem a coragem – coragem que muitas vezes falta a muitos de nós – de olhar nos olhos de sua amada e dizer versos repletos de doçura. É a sensibilidade de dizer aà pessoa amada que realmente a quer! Quantas vezes, para as pessoas que habitam este mundo faltafalta essa coragem! Tenho em mãos um dos versos mais bonitos que encontrei e que é da lavra do Cel. Dastro e que mostras toda a sua capacidade ae sua sensibilidade. Especialmente esse verso, e isso colhi junto ao meu amigo Vicente, foi feito para dona Thélia, e o Vicente não sabia me informar se era ainda quando namorados ou depois de casados, mas o verso é tão bonito que qualquer pessoa ficaria orgulhosa de dizê-lo e qualquer pessoa, eu tenho certeza absoluta, em poder recebê-lo. Eu imagino quanta felicidade existiu no interior da dona Thélia e quanta felicidade também invadia naquele instante o Coronel, que era dono desta sensibilidade toda para poder gerar esses versos todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Fala o autor da proposição, Ver. Ervino Besson, pelo PDT, PT, PCB e PDS.

 

O SR. ERVINO BESSON: Ilustres colegas Vereadores, meritório homenageado, parentes e amigos de tão ilustre cidadão, dileta assistência, Ssenhores e Ssenhoras: É para nós uma grande e destacada honra cumprir a formidável missão de destacar os louvores deste herói, nosso homenageado de hoje, a quem outorgamos, com grande justiça, o título de Cidadão de Porto Alegre.

Este título honorífico, Cidadão de Porto Alegre, tem sido outorgado àas mais ilustres e destacadas pessoas, que sendo filhos de outros municípios, aqui vieram a radicar-se, contribuindo com seus esforços e capacidade para o engrandecimento de nossa Cidade, compartilhando com todos nós de seus anseios e esperanças em um mundo e um futuro melhor, integrando-se de tal forma ao povo pPorto-alegrense  como se aqui houvessem nascido. Esta homenagem é o reconhecimento oficial deste processo e onde se declara que o Cel. Dastro de Moraes Dutra faz parte integrante e destacada de nossa comunidade e, é também, filho desta Cidade, que o elegeu e que o aceitou como digno e emérito cidadão.

Iniciando como recruta em 1931, soube galgar as forças do seu mérito, como aprendiz dedicado, homem inteligente e capaz, o mais alto posto da Corporação que abrilhanta a gloriosa Brigada Militar. Sua capacidade ficou demonstrada e evidente não apenas como homem de luta, pronto a não recuar quando o dever e a Pátria chamam, mas também, e sua extensa lista e elogios o demonstraram hábil em tempos de paz, conduzir como “Oficial honrado e capaz”, desempenhando os seus cargos “com zelo e competência”, reconhecidos tanto pelos subordinados, quanto por seus superiores.

Muito foi elogiado, conforme o comprova um Ofício, quando na Guarda da Casas de Correição, em 1948, por sua ação saliente, conseguiu debelar motins, cujos efeitos seriam muito graves para a sSociedade.

Cumprida também foi a missão, quando exerceu as funções do Serviço de Transportes, quando chefiou a Fiscalização da Comissão de Abastecimento e Preços, assim como brilhantemente destacou-se  na transmissão de seus conhecimento como Professor Instrutor  no Curso de Formação de Cabos do Batalhão de Caçadores.

Estse talentoso homenageado ainda distinguiu-se com maior brilhantismo, se possível, quando Diretor da Divisão de Limpeza Pública, não apenas pela minimização dos custos, mas por haver transformado a Cidade de Porto Alegre nos dizeres da Vereadora Israelense Lyli Menahen, na cidade mais limpa da América Latina.

Cel.oronel Dastro de Moraes Dutra foi, ainda, assistente Geral de Direção da Cidade de Deus, funçõesão que assumiu ao deixar a Limpeza Pública e, em atenção a convite formulado pelo Cônego Paulo de Nadal e, mais tarde, em 1965, passou a exercer, simultaneamente aquele cargo assistencial, o de Diretor da Penitenciária Estadual. Na mesma caracterizou sua gestão com o Slogan “Nenhum preso sem trabalho” e, ao cabo de 19 dias, desde a posse, conversou individualmente com todos os detentos. Em poucos dias transformou o presídio numa  imensa oficina de trabalho, fez-se amigos de todos e, no Natal daquele ano, organizou uma lista de 87 detentos que seriam liberados para passar 24 horas com suas famílias. Todos retornaram no dia seguinte.

Um fasto pitoresco, que merece ser destacado, inclusive mencionado na Revista do Globo nº 927 – 2ª quinzena de julho de 1966, sob o Título “Coronel Dastro evitou morte na penitenciária”, aconteceu quando Savas Panayiotis Kitrinopoulos, recolhido ao presídio porque foi preso com 32 barras de ouro, escondidoas nos bolsos, entrando no presídio foi abordado por um detento e ameaçado de morte. Como o estrangeiro não havia compreendido muito bem o que o apenado estava lhe dizendo, cumprimentou-o cordialmente. Então o detento pediu um cigarro e dinheiro, mas como Savas, o estrangeiro, só possuía 200 cruzeiros, pediu-lhe que lhe esperasse por seu advogado, oportunidade em que lhe daria mais. Foi quando o detento lhe disse, recusando o dinheiro:

-         “Espere – você é parecido com o Cel. Dastro”.

-         Com quem? Perguntou Savas.

-         oO Cel. Dastro, que foi amigo da gente. Eles prenderam você por vingança, só porque você é parecido com o Cel. Dastro, que saiu porque era bom para a gente.

-         Savas não sabia quem era o Cel. Dastro, nem tampouco do sucesso que cercavam, até o final dramático, a gestão daquele administrador da Penitenciária Estadual. Apenas ficou um pouco admirado quando o presidiário saiu por toda a Instituição, a espalhar que um parente do Cel. Dastro Dutra tinha sido preso.

-          

                  Ao passar-se para a reserva interrompeu-se o trabalho de nosso homenageado, como efetivo de quadro, mas não encerrou-se o seu trabalho como soldado e oficial, sempre pronto a dizer Ppresente” ao chamado da Pátria e, principalmente, intensificou-se a sua missão como Cidadão de Porto Alegre, levando a todos nós cidadãos, vizinhos e amigos a grandeza de seu exemplo.

Celoronel. Dastro de Moraes Dutra, esta homenagem que hoje se faz a sua pessoa, ao seu exemplo de homem, soldado e cidadão, perde muito de seu brilho no cotejo com seu extenso histórico de merecidas distinções e elogios, mas simboliza toda a nossa admiração e apreço, não apenas desta Câmara, dos Vereadores que a integram e a minha pessoa, mas a de toda a Cidade de Porto Alegre, tenha a certeza disto.

Com os nossos mais sinceros votos de que paossamos a compartilhar por miaais muitos e muitos anos de sua presença, como estamos certos de poder contar permanentemente com o seu exemplo, concedemos a V. Exª, com orgulho e admiração, o Título de Cidadão de Porto Alegre.

Neste momento, eu quero largar este papel, para lembrar, Ssenhoras e Ssenhores, muitos fatos, muitas coisas boas que o Cel. Dastro de Moraes Dutra fez, juntamente, nos nossos longos dez anos que trabalhamos juntos na Cidade de Deus. Mas um fato eu quero lembrar, porque eu sei que está gravado na minha mente e na mente de muitos moradores que hoje ainda residem na Cidade de Deus. UNum certo dia ocorreu um boato que presos viriam trabalhar junto conosco naquela organização em diversos setores. A comunidade apreensiva logo me procurou, eu era Presidente do Clube da Juventude e membro do Conselho Paroquial e me disseram que tínhamos que fazer uma reunião com a comunidade e funcionários, porque temos um problema para discutir junto com a comunidade. Dentro de três dias organizamos a reunião na qual estavam presentes 80% da comunidade. Todos colocaram a sua preocupação, porque a harmonia imperava e a preocupação era a vinda dos presos e que algo de grave aconteceria. Me recordo muito bem no desenrolar da reunião quando uma senhora me disse: Ervino, estranho a tua fisionomia  e me pare que não estás preocupado com este povo que tanto amas, da comunidade, porque tu que és responsável pela padaria e estás sabendo que está sendo preparado ao lado dela um alojamento para os presos que virão trabalhar na comunidade. Ela estava preocupada, porque nem cofre tinha na padaria. Aí então falei: eu estou sabendo que veêm presos trabalhar aqui na organização, mas quero dizer a todos que já conversei com o Cônego Paulo de Nadal, hoje falecido, ele já tinha me comunicado e eu disse àquela Ssenhora que sabeíamos que o Cel. Dastro de Moraes Dutra éera Diretor da pPenitenciária eEstadual e nós que o conheceíamos e o amaávamos, e  conheceíamos o seu trabalho desntro destsa comunidade, sabeíamos que ele jamais traria os presos para que houvesse algum problema. Os dias foram se passando e os presos lá vieram para trabalhar. Muitas noites o Cel. Dastro passava lá na padaria e me convidava para irmos jantar juntos com os presos. E nós íamos, várias vezes. Portanto, o tempo foi passando e aqueles presos ajudaram a construir as casas da Cidade de Deus, inclusive aquele prédio em que funciona o escritório central do Mensageiro da Caridade e Caritas, aos lado da nossa estimada Zero Hora.

Eu concluo dizendo que a história do Coronel ficou gravada na mente de cada um de nós, que não houve sequer um problema com aqueles presos que ele levou lá e que deram uma grande contribuição para aquela comunidade. Sabemos nós que aquilo foi construído com a ajuda do povo de Porto Alegre e também do interior do Estado. Minha querida homenageada, esposa do Coronel, estimados filhos do Coronel, em especial o querido amigo Luiz Vicente Dutra, que está bem aqui na minha frente, eu preciso, neste momento, agradecer a um ser maior. Este ser maior é aquele que é maior que todos nós, é Deus, por ele me ter propiciado a alegria de trabalhar junto, por longo tempo, com o Cel. Dastro e por ter aprendido com ele muita coisa boa. E quis o destino que, depois de longos anos, viesse eu a encontrar, nesta Casa, representando o povo de nossa Cidade, uma ilustre e tão querida figura, filho do Homenageado., Luiz Vicente Dutra. Também aqui temos a Irmã Maria, que veio trazer o abraço da comunidade ao Coronel. Todaos aqueles que ficaram sabendo que o senhor receberia esta homenagem, ficariam felizes e satisfeitos. Temo também o Dr. Ivo Guizzardi, representando o Secretário da Arquidiocese de Porto Alegre e a Caritas, que veio trazer o seu abraço. Temos a presença de um oficial da FAB, Luiz Valério Besson, que veio aqui trazer o seu abraço. E tenho certeza que tem alguém da Brigada Militar que também veio trazer o seu abraço, Coronel, porque o Ssenhor muito fez e muito representou a nossa gloriosa, inesquecível Brigada Militar. Também a presença do nosso grande o Prefeito Olívio Dutra e todos os que estão presentes aqui representando a Mesa, e a presença das Ssenhoras e dos Ssenhores. Hoje esta Casa está de parabéns e também a nossa querida Porto Alegre está de parabéns porque está concedendo um título àquele homem que muito fez, e tanto fez, e tenho certeza que continuará fazendo para o engrandecimento do nosso povo e da nossa querida Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: (Lê o Diploma.) Convida os netos para fazerem a entrega do diploma e da medalha ao Cidadão de Porto Alegre.

 

(Os netos do Cel. Dastro fazem a entrega do Diploma e da Medalha.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra a um dos filhos do Cel. Dastro, não ao Vereador, mas ao filho Vicente Dutra.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Ilustre Prefeito e amigo Dr. Olívio Dutra; nosso Presidente da Casa, Ver. Valdir Fraga; amigo Ivo Guizzardi, representando o Secretariado, meu tio e líder aAdvogado, Justino Vasconcellos; amigos; parentes de Dastro de Moraes Dutra.

Não poderia nesta oportunidade, até para que fique registrado nos Anais da Casa, deixar de trazer a manifestação da família do Cel. Dastro, da esposa, dos filhos, dos netos, dos genros, das noras, dos irmãos, dos tios, em nfim, de todos aqueles  que convivem diuturnamente com essa figura extraordinária, que é hoje o Homenageado desta Casa, porque muitas vezes, Prefeito Olívio Dutra, nós homenageamos e V. Exª tem sido constante, dando um exemplo, sempre vindo aqui na Câmara entregar o título para os agraciado com o Título de Cidadão de Porto Alegre, mas muitas vezes ficamos nos perguntamosndo na vida pública: este homem  realmente, pelo relato, pela vida pública, realizou e mereceu os títulos a que fez jus para merecer tal galardão, mas, na vida privada, será que existe uma fidelidade entre uma e outra? Pois aqui para testemunhar, Sr. Presidente, venho dizer que a figura do Cel. Dastro, aquela que foi lida da tribuna pelos Ooradores, faz justiça na vida privada a sua vida pública e muitas vezes se confundiam, até, porque Dastro nos transmitia exemplos de bondade, exemplos de humildade e sobretudo exemplos de felicidade. Era raro o dia em que nossa casa, embora uma casa despojada, vivendo com grande dificuldade,. Filho de militar da Brigada Militar, e a Brigada como já disse da tribuna, além de pagar pouco muitas vezes não pagava pai de oito filhos, mas era raro o dia, como disse, em que não havia alguém para sentar a nossa mesa e comer junto, alguém mais necessitado do que nós, que o pai trazia de uma vila para ali sentar conosco e dividir o pouco que tínhamos. Comemos o pão que a Brigada amassou, porque tínhamos que comer o pão de uma semana, porque só podíamos comprar o pão lá na Brigada, porque não tínhamos o dinheiro para comprar no mercado comum. Quando o coronel e a Dona Thélia festejaram os seus 25 anos, suas bodas de prata de casamento, as bodas foram festejadas dentro do Presídio Central ali no Partenon. Quem quisesse abraçar o Coronel e Dona Thélia, e a mãe também estava lá trabalhando na enfermaria, teve que ir no presídio para participar de uma festa, uma grande festa, só faltou cerveja, porque era proibido aos presos tomarem cerveja, mas teve de tudo, uma grande festa com a participação dos presos e por isso e por todas as ações talvez tenha sido o único exemplo no mundo de que quando o Coronel pediu a sua demissão do Presídio Central os presos se rebelaram. Hoje nós viemos a todo o momento, deem todos os países do mundo, a Inglaterra agora essa semana vive esse episódio de presididoos se rebelarem por maus tratos das direções por não atenderem aàs suas justas reivindicações, pois aqui em Porto Alegre temos esse fato histórico: o presídio se rebelou em 1966 para que um Diretor permanecesse, porque não queriam que aquele Diretor saísse, tal o gesto de bondade que ele disseminou dentro do presídio. Humildade, o Cel. Dastro sempre foi humilde, muito mias humilde do que era do nosso gosto, tímido, tímido ao excesso, mas era um guerreiro e aqui vejo o Prfº Alfredi, que foi Vice-Diretor com o Coronel e o acompanhou na vida pública, o Estamato, que o acompanha em tantas jornadas; o Guilherme Landell de Moura, o próprio Dib, enfim, poderão testemunhar quanto é destemido e o quanto é aguerrido o Cel. Dastro quando tem uma causa justa. Ninguém é mais aguerrido e mais fervoroso do que ele. A sua humildade se transforma num grande lutador, um dormido lutador. Mas, sobre tudo nos deu exemplo de uma fidelidade. O mundo hoje precisa de fidelidade, “fides”, fé, acreditar, e o Cel. Dastro acredita naquilo que ele acredita, luta por aquilo que ele acredita, seus ideais, suas causas, suas crenças, sua família, por isso quero deixar inserido nos Anais em nome da família o nosso profundo agradecimento, o nosso orgulho decomo cidadão de tê-lo, como o mais jovem Cidadão de Porto Alegre, e dizer aà Câmara e dizer ao Ver. Ervino Besson, que foi muito feliz pela proposta, e essa unanimidade que a Câmara fez em aprovar o voto foi justa, porque resgata e destaca um herói desses heróis anônimos que a Cidade tem e que nós aàs vezes pouco conhecemos, pouco conhecemos e os desconhecemos, e nós da família nos sentimos orgulhos e gratificados em saber que o nosso Cel. Dastro, o nosso pai, nosso irmão, nosso marido, nosso tio, nosso avô está sendo homenageado e isso nos gratifica e nos orgulha. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR.PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao nosso homenageado, Dastro de Moraes Dutra.

 

O SR. DASTRO DE MORAES DUTRA: Por muitos anos que eu viva, jamais me esquecerei desta solenidade em que me é outorgado o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre.

Assim quando eu pesava que já tivesse chegado à desescalada da minha trajetória, eis que sou sacudido no meu embaraço e reconduzido até aqui.

Entretanto é bom que se diga que não é a primeira vez que ocupo esta tribuna de honra, pois em 1981, numa Sessão Solene em que a Câmara resolveu comemorar o dia dos pais, fui designado para representar o pais de todos os Vereadores, se bem que me considerasse a pessoa menos indicada para tanta distinção.

Possivelmente o único mérito que se levou em conta tenha sido o fato de eu ser pai de 8 filhos, 10 se não tivesse perdido 2.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores:

Nos meus 75 anos já experimentei muitas emoções nesta extraordinária aventura, que se chama vida, mas confesso que este galardão que a cCidade ora me confere, por intermédio de V. Exas, é como se eu me sentisse inflado de deslumbramento e estivesse embriagado de euforia ao ser lembrados pelos contemporâneos para entrar nos Anais da história de Porto Alegre.

Exultei particularmente pela votação obtida na apreciação da proposta do Ver. Ervino Besson, tendo esta obtido o expressivo resultado de 32 votos, com apenas uma ausência numa Câmara, integrada de 33 Vereadores, o que  não deixa de ser uma vitória estupenda, numa votação secreta.

Por isso espero não desmerecer a confiança der V. Exas e, ao contrário, fazer por onde ela cresça na convicção de todos.

E assim quando há tantos que caíram injustamente no esquecimento é gratificante a gente olhar para traz do tempo, nem que seja para divisar uma cruz no topo de uma coxilhas daquelas que já passaram, daquelas que nos precederam nesta caminhada que não volta mais.

E como a vida é cheia de surpresas jamais esperadva que Ervino Besson, meu velho companheiro de lutas da Cidade de Deus um dia  me convocasse para sair do baú do esquecimento.

 Muito obrigado Ervino Besson.

Como timoneiro que não perde a tramontana na busca da borrasca, confesso que desejava imensamente que fosse eleito.

Assim procedi por entender que o Legislativo Municipal precisava de um representante daà tua altura, sem demérito aos demais.

Agradeço, de uma forma especial o que a meu respeito disse essa personalidade exponencial, que é João Dib, líder inconteste a quem Porto Alegre muito deve pelos inúmeros serviços prestados, principalmente como Prefeito.

Nos meandros da Ssecretaria dos Transportes, do DMAE e de outros inúmeros cargos que dirigiu, todos eles têm as suas impressões digitais de competente administrador, que conhece como bem poucos os escaninhos de nossa metrópole.

Também quero agradecer, de uma forma inequívoca a maneira elegante como fuoi acolhido o encaminhamento da matéria, no dia da votação, de parte do ilustre Líder da Bancada do PDT, Ver. Dilamar Machado, o que foi preponderante no resultado.

Na época em que participei do Secretariado do Prefeito José Loureiro da Silva, vale dizer que foi o Dilamar um dos radialistas que deu cobertura, propiciando entrevistas oportunas.

A sua ligação com os meus filhos são outras tantas benemerências creditadas aos seus méritos.

Neste elenco de destaque não poderia esquecer o Ver. Jaques Machado, como político popular e como representante proeminente do 4º Distrito, além de Presidente da Escola de Samba Império da Zona Norte, a quem Porto Alegre muito deve como animador do Carnaval.

E porque não lembrar igualmente a nossa querida vizinhas da Av. Bagé, Verª Letícia Arruda, que cumpriu a sua parte como relatora da matéria. E lembraráá-la também, como filha que soube seguir os caminhos do seu pai, Wilson Arruda, e como única representante feminina que tem honrado estas Casa com o seu charme e sua beleza, acrescida de um desempenho inteligente e profícuo.

Póor último, mas não com menos ênfase e intensidade, por um imperativo de gratidão, queremos enaltecer essa voz coerente que se fez ouvir, do simpático Vereador do PT EHeriberto Back, que mem boa hora concitou a Bancada a que votasse no pai do Vicente Dutra, que com Ervino Besson são duas grandes figuras entre seus pares”.

Ao lançar um olhar curioso para as galerias, sinto-me deveras prestigiado por quantos aqui vieram manifestar a sua presença amiga e trazer-me o s eu abraço.

Outros não puderam vir, mas mandaram sua mensagem de felicitações.

São eles os meus confrades Serra-Clube, que trabalham pelas vocações sacerdotais.

São meus colegas de turma da Brigada Militar e outros que serviram comigo em diferentes unidades da Força na qual temperei o meu caráter e forjei o meu espírito de lutas na grande batalha da vida, que às vezes é mais importante e mais renhida que as batalhas campais.

São igualmente os meus parentes como genros, noras, primos, tios, sobrinhos e netos em número de 16.

São os meus amigos e conhecidos de todas as horas que nunca me esqueceram.

São vizinhos de várias ruas em, que moramos e alguns doas Professores Ivo Corseuil, onde integramos um Condomínio de Segurança que ainda existe, graça ao interesse do digno comandante do 11º BPM, Tenente- Cel.oronel Antonio Carlos Maciel e seus subalternos: 1º Tem.nente Carlos Alberto Brusch Terres e 2º Tem.nente Claiton Rui da Costa Portilho.

Enfim eu vejo aqui pessoas das mais variadas procedências.

Meus Ssenhores e minhas Ssenhoras:

Abrindo agora o livro da minha saudade eu teria muita coisa para lembrar, que não cabe em tão pouco espaço.

Mas, pretendo ser breve na minha alocução, já que sou avesso a longos discursos, usando o poder de síntese, quero concluir laconicamente, dizendo mMuito obrigado, meus amigos. Muito obrigado, minhas amigas.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

Está com a palavra, o Ver. Leão de Medeiros, pela Bancada do PDS.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Meus Senhores e minhas Senhoras. Nada mais agradável em exaltar em meu nome pessoal e da Bancada do PDS as virtudes do homem de bem sobretudo quando, na atividade política, o homenageado se situa em terreno diverso do orador, não raro a ele oposto. Pois se no elogio do correligionário pode surgir e permanecer a dúvida quanto a autenticidade do louvo, talvez mais inspirado na irmandade de convicções que  o mérito real, no tributo prestado aos militantes de outras grei a homenagem brota sincera, proclamando a satisfação de reconhecer que as divergências não elidem o reconhecimento do mérito que comunica dignidade e valor ao próprio antagonismo das idéias.

Assim é o homenageado de hoje na meritória iniciativa do Ver. Elói Guimarães. Firme nas suas convicções, pugnaz nas atitudes, brilhante no pensamento e na palavra, íntegro na conduta e, sobretudo, elegante no trato dos opositores, que com ele, sabe afastar do plano pessoal a divergência das idéias.

Na realidade, são duas as imagens que ostenta, numa combinação rara e difícil: Petracco, o político atuante e Petracco, engenheiro destacado. Com o mesmo empenho que se põe a analisar a realidade social e política, com a mesma percuciente capacidade analítica que mobiliza no debate do Estado, da Sociedade e da Nação, logrou construir uma das mais sólidas reputações profissionais no cenário local e nacional, de engenheiro especializado em, tecnologia da energia e sua conservação, estabelecido com escritório em Porto Alegre e Pernambuco. No cenário local, afora inúmeros profissionais de arquitetura que se socorrem de seu assessoramento no projeto, conta entre seus clientes com algumas das grandes empresas locais como os grupos Gerdau, Zafarri e Do Sul; no âmbito nacional, tem projetos executados em Pernambuco, no Pará, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro em São Paulo; já ultrapassa os limites no Brasil, ao negociar recentemente, na Alemanha, o “Know-how” de um de seus projetos de refreadores evaporativos.

Como empresário, é responsável técnico, diretor e acionistas de uma empresa especializada em cordoaria pesada para atração de navios, sediada em São Leopoldo, exportando regularmente para as nações que exploram o petróleo do Mar Norte, para a Grécia, a Holanda, o Chile, Cingapura, a Índia, a Itália e a Inglaterra, em acirrada disputa com a concorrência internacional, que vem enfrentando com alta qualidade de seu produto, o qual tem reiteradamente superado recordes mundiais de resistência, medida em número atrações de grandes navios, a que o cabo resiste incólume.

Nascido em Passo fundo, tem origens italianas e espanholas. Seu avô paterno, João Baptista Petracco nasceu em San Vito de Tagliamento, nas proximidades de Udine, na Itália Setentrional; sua mãe, Argentina, descendida de espanhóis e guaranis. É, pois, na etnia,  a síntese do Rio Grande do Sul.

Nosso homenageado é um homem profundamente marcado pe educação que recebeu influenciado pelos mestres que encontrou: guarda, com grande carinho, a figura marcante do seu curso primário, no Grupo Escolar Protásio Alves, em Passo Fundo – a Diretora – que até hoje visita – D. Maria Súria Dipp, a qual, ainda fazendo as vezes de segunda mãe e preceptora, escreveu-lhe uma carta, em 1986, que guarda como um documento maiôs valioso de sua vida, pelo que contém de sábio e de comovente.

Em Porto Alegre, no colégio Nossa Senhora das Dores, encontrou na figura admirável do Irmão Bento, o impulso para os livros, que não mais o deixou, a  partir da obra de José Ingenieros, em “As Forças Morais” e o “O Homem Medíocre”. No Colégio Júlio de Castilhos encontrou,, no Mestre de Química, Abílio Azambuja, outro alicerce de seu futuro perfil de engenheiro. Ingressou no Curso de Engenharia Mecânica e Elétrica, da Escola de Engenharia da UFRGS, lá privando com os educadores notáveis, como Alquindar Pedroso e David Mesquita da Cunha e, também mercê de sua presença na política estudantil, cosntg5uinbdo grande apreço e admiração pela figura extraordinária que foi o Reitor Elyseu Paglioli. Mas, curiosamente, atribui sua inclinação para a área de energia de um mestre da matéria mias próxima da Engenharia Civil  - o Professor Luiz Duarte Viana, cujo enfoque sobre a estabilidade das construções, a partir do conceito do trabalho virtual, de alguma forma levou o jovem Mecânico e Eletricista a sintetizar sua visão no programa de energia.

Diplomado, ingressou, em 1963, por concurso, nos quadros da Petrobrás e prosseguir, ao mesmo tempo, na militância política que iniciava no ciclo secundário de sua educação. Segundo diz, com o humor fino que põe até mesmo em sua auto avaliações, ingressou na política instado a “combater os comunistas”, mas acabou contaminando-se ao menos de uma forma atenuada de vírus...

No ano de 1964 o colhe Suplente de Deputado Estadual pelo PDS. Cassado logo em abril de 1964, só vai ter seus direitos políticos restabelecidos pela anistia de 1979. Atravessou com coragem e convicção os anos de provação, talvez porque, ao olhar para este passado, não veja o que censurar-se, sabedor de que arrostou com dignidade os tempos adversos e usou a experiência para agradecer-se sem ressentimentos e sem ódios, granjeando o respeito e admiração até mesmo de muitos adversários. Afastado da política, voltou-se integralmente para sua outra paixão, permitindo que, de sua inteligência e labor, surgisse o grande engenheiro em que se transformou (o que segundo um de seus antigos mestres na escola der Engenharia não deixa de seu um mérito indireto a crédito dos que o baniram temporariamente da distração política, prejudicial aos desígnios de engenheiro que bradava por emergir de sua complexa e agitada personalidade...)

Porto Alegre, ilustre engenheiro, o faz neste momento, Cidadão Emérito. Nesta distinção está, mais o projeto ao profissional ilustre, mais que o tributo ao político coerente e fiel às suas convicções. Está o reconhecimento daquilo que foi reconhecido daquilo que foi retirado no início desta palavras: a grandeza do homem de bem, que sobrepujou a adversidade abrindo, com coragem e dignidade, novos rumos para a sua vida, sem permitir que o veneno do ressentimento o limitasse no mesquinho realimentar do ódio que é uma desculpa para  a paralisia e o medo! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Flávio koutzii, que falará em nome da Bancada do PT.

 

O SR. FLÁVIO KOUTZII: Não poderia começar sem registrar, porque acho que é uma pequena singularidade, neste momento,e  um dos prazeres da vida, que são esses reencontros e estas situações. Eu também fui da FEURGS, na época em que tu começavas a liderar um movimento estudantil combativo-nacionalista e corajoso e que enfrentou, sob a inspiração e a liderança de Petracco, nos anos de 1964 e das lutas da legalidade. Me parece que faz muito tempo, e, ao mesmo tempo, que faz pouco tempo, porque, em parte, a cassação das nossas vidas, as obstrução dos caminhos dos democratas, dos homens e mulheres de esquerda neste País, nos permite, recém nesta década, assumir, publicamente e plenamente, a potencialidade de nosso sonhos, de nossa capacidade de trabalho e de nossa capacidade de luta. Acho que a intervenção do Ver. Leão de Medeiros, que me antecedeu, foi muito precisa e adequada, tanto quanto refez e recontou a biografia, pessoal e profissional, do Petracco, quanto, de forma muito honrada e elevada, distingui-se a diferença ideológica que realmente existe entre homens que hoje se definem e no passado também, em terrenos opostos nas vias e nos caminhos da construção deste País. É uma demonstração de respeito e é uma demonstração de lucidez. Mas eu quero falar como irmão de esquerda. Quero falar com aquele que representa o partido dos Trabalhadores nesta cerimônia, que é um dos resultados dos nossos comuns esforços, das nossas lutas e de momentos muitos difíceis; e ressaltar que o que é justamente singular, o que talvez seja o que mais possa-nos emocionar e dar relevo às cerimônias que as vezes são um pouco formais, é isto que não acontece todos os dias, é o reconhecimento gradual, incontestável dos méritos de quem mérito e não mais da seleção dos que tem mérito apenas quando estão num campo determinado da posição social. Para nós é uma honra e uma satisfação, um momento de fraternidade trazer a palavra do Partido dos Trabalhadores, de reconhecimento da trajetória de Fúlvio Petracco e de, fundamentalmente, destacar o que é evidente, que o que se reconhece nele é o caminho feito, como militante do povo. Ele foi e é engenheiro, mas entendemos que foi e é e será sempre, um lutador das causas populares. Esta grandeza, este esforço e esta generosidade é que são, no nosso entender, o que principalmente se reconhece hoje. . E quando a Cidade começa a reconhecer isto, através da sua representação política que somos nós, significa que ele agrega, ao universos dos seus valores, na identificação do que é importante, o mérito doas caminhos feitos, o mérito do caminho que tu fizeste. É isto que se reconhece aqui, é isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores saúda, através da nossa intervenção nesta tribuna e é neste abraço que nós queremos te estender, Patracco, nosso companheiro. Sou grato. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Omar Ferri, pelo PDS, pelo PCB e pelo PC do B.

 

O SR. OMAR FERRI: Sr. Ver. Clóvis Brum, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Tarso Genro, Vice- Prefeito da Cidade; Engenheiro Fúlvio Petracco, nosso querido homenageado; excelentíssimo Deputado Jauri de Oliveira, Líder da Bancada do PSb na Assembléia Legislativa; Srs. Terezinha Petracco Grandene, irmã do nosso homenageado e representante dos demais familiares; Srs. Vereadores aqui presentes; minhas Senhoras, meus Senhores e de um modo especial e com muita satisfação aos companheiros do PSB, cuja militância em sua quase totalidade veio trazer os eu abraço a sua saudação e a sua solidariedade àquele que simboliza o que significa e dá forma e conteúdo ao próprio Partido no Rio grande do Sul, Sr. Fúlvio Celso Petracco. Eu não sei se é fácil ou difícil dirigir algumas palavras nesta tarde ensolarada, nesta solenidade que para nós toca profundamente o âmago de nossos corações. Porque par anos do Partido Socialista o Petracco realmente simboliza o próprio Partido no Rio Grande do Sul. Muitas vezes tem pessoas que fazem confusão com o PDS e se referindo Amim dizem – tu é do PSDB do partido do Petracco – a aí as cosias se esclarecem. Mas, a homenagem é acima de tudo a um Engenheiro competente, a um profissional brilhante e a um homem condutor e de uma postura ideológica sem par em nosso Estado. Eu digo sem par porque são dezenas de anos que o Petracco vem magistralmente nas lutas em favor da nacionalidade Brasileira.

Então me parece que aí está maior lição do Petracco para todos nós. E eu até falo com muita tranqüilidade, razão porque agora vou fazer um esclarecimento, Petracco, a ti,, ao público, ao dizer que eu vinha registrando até os dias de hoje mas acho que este é o momento solene, este é o momento que eu devo te agradecer na medida exata de tua grandeza. Eu resisti a entrada no PSB, por causa da imagem de certa gente que te apontava como autoritário dentro do Partido, eu vinha resistindo, eu inclusive já vinha colaborando com o Partido, mas não assinava ficha. E de repente por estas contingências da vida eu devo a assinatura da ficha de filiação a um grande irmão e companheiro nosso que infelizmente hoje não se em contra aqui, que é o Dr. Bruno Mendonça Costa. E passei a conviver contigo dentro do Partido e posso dizer tranqüilamente, de público, que eu não sei muitas vezes se constrói imagens diferentes do próprio sentimento e do próprio comportamento de uma pessoa. E esta foi a tua imagem durante algum tempo, Petracco: O autoritário. Não sei como é e porquê,s e durante todas as reuniões deste último ano e meio que eu convivo com a direção Partidária, em nenhuma vez eu assisti que tu tivesse tomado uma atitude fora do contexto e do consenso de todos nós. O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, encerro os trabalhos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h2934min.)

 

 

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